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3/24/2017

Bandeiras da alma

 Hoje após um longo dia de trabalho, me sinto mais objeto que gente, sentimento esse que permeia meus pensamentos antes de dormir, nos semáforos no caminho de casa, nas leituras diárias, não consigo parar de imaginar o que anda acontecendo no mais íntimo do meu subconsciente para me sentir assim.

De fato a decisão foi minha, ninguém me obrigou a isso, foi uma escolha advinda de uma necessidade criada e alimentada por mim, que acabou  por ganhar força conforme se desenvolvia, então por que tal situação me incomoda tanto?

Inserido em um contexto como esse é estúpido se sentir superior por uma característica interior, você não é pago para tal, se sentir superior é o mesmo que cavar sua própria cova, comprar o caixão mais belo e pendurar em cima dele uma bandeira desbotada.

 Um pedaço de tecido estampado, com aspecto podre, esquecível, acinzentado, morto, beirando a transparência de um material que já passou por muito, e se encontra prestes a ruir, será essa a aparência que tem tomado minha alma, será esse o caminho que devo percorrer para suprir minhas vontades, essas linhas de questionamento  talvez só desbotem mais e mais a bandeira da alma, mas se assim não for, não seria eu, mas não sendo eu? Posso alcançar a paz? Não sei.


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