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5/11/2018

Voltei


Alô, alô, dona Maria, venho aqui me (re)apresentar. considerando que nunca dei notícias de adeus, é a volta de quem nem mesmo sumiu. E não sumi por um simples motivo: eu acompanho o MOP em vários posts, revisando pelas sombras as anedotas e escritas do garoto. Resolvi eu hoje comentar sobre algo, mas como sou péssimo em anedotas, vou comentar sobre aqueles que vivem nelas:

    Personagens.





Não simplesmente "personagens de uma história" mas personagens criados pelas pessoas que encontramos todos os dias. É um tanto quanto bizarro imaginar que as pessoas com quem conversamos todos os dias podem acabar virando tinta em um pedaço de papel (ou bits em um documento). Ultimamente eu venho seguindo o cenário de escrita, de um modo meio preguiçoso mas sigo. É um tanto quanto interessante ver duas coisas em específico:

    O clichê: Aquilo que já foi feito de todas as maneiras, seguindo todos os scripts. Dos preguiçosos aos brilhantes, segue facilmente as leis de Sturgeon. Pelo menos, essa é a minha visão, mas clichês podem simplesmente ser dado como um "trope", um molde de como as coisas são feitas.

E o seu irmão mais novo, um tanto quanto tímido mas ganhando força com o tempo:

    O Anti-clichê: O "diferente pela vontade de ser diferente". Não tô falando de personagens de etnias, sexualidades ou gêneros diferentes, mas de como algumas mecânicas dos personagens são mudadas simplesmente por um receio de que "Isso vai virar clichê". Em outra visão, anti-clichês são apenas coisas "fora do molde" e que, eventualmente, se tornam outro molde.
   
Agora você pode perguntar pra você mesmo: Theba, cê só tá falando loucuras, onde cê quer chegar? E eu te respondo: Em lugar nenhum, eu só realmente acho interessante como essas coisas funcionam. Ultimamente eu ando prestando atenção em muitas das histórias das pessoas com quem eu falo e como cada uma delas se vê e vê os outros. É incrível como o ser humano tem uma capacidade enorme pra criar personagens, sejam eles personagens unidimensionais ou com mais facetas que o necessário! O uso de clichês (ou se for melhor, moldes) é algo que tanto nos ajuda quanto nos atrapalha e eu só vejo isso como função de uma coisa: O anti-clichê. O medo de que algo se tornaria comum, ordinário, simplório e, talvez, mesquinho. Esse medo é o que mais me interessa, o medo de que o mundo pode ser "comum". Lembro de ler em Hogswatch (Discworld, Terry Pratchett) que a humanidade se surpreende com a mudança de água pra vinho mas não com a transformação de minerais, luz e água para a uva.

Tenho que comentar também que não sou contra anti-clichês, eles são bem importantes. São o que, eventualmente, molda o novo comum, o novo diferente e o novo "bom". Mas, em contra-partida, sinto que um dos grandes problemas de quem começa a escrever hoje em dia (E isso me inclui!) é a vontade, auxiliada pela diversidade ganhando momentum, de fazer algo que é ainda MAIS novo e diferente. Os moldes, assim como a quebra deles, é necessário pra toda história, seja ele uma fantasia ou até mesmo um drama.

Acho que pra um post "bite-sized" isso aqui já tá mais que o suficiente, só vou fechar com uma declaração um tanto quanto importante: Filme "cult" costuma ser chato pra caramba, ainda mais se for francês


PS: Escrevi muito e não falei de nada, muito menos revisei esse texto.

PPS: Esperem mais conteúdo com esse nível de qualidade.

Créditos adicionais: @hachibeans nos twister  (Por discutir sobre o assunto comigo e me dar uma ajudada em como falar sobre o assunto.)

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